Publicado por: aricostajunior | junho 13, 2007

Como o negro é visto no livro didático

   Como Deve sentir-se um aluno, que ao abrir o seu livro didático não se vê ali representado? Ou é marginalizado na história do seu próprio país, e que nada construiu, a não ser pelo seu trabalho braçal?Durante muitos anos, a nossa educação foi pautada numa estrutura que não contemplava todo brasileiro, pois grande parte da população enxergava-se no modo contrário do que queria ser visto. Negro ou afro-brasileiro tinha a sua parcela como um ser escravizado que exercia o trabalho fatigante, e perdia a forma de suas contribuições para a formação do nosso estado brasileiro em todos os aspectos. Essas idéias foram construídas através da visão etnocêntricas do povo branco que “construiu mentalmente” o nosso país, fortalecendo a marginalização do negro na estrutura social que a prevalece sobre o Brasil e o mundo.  Historicamente essa visão foi idealizada pela elite brasileira do século XIX, que com as lutas abolicionistas e republicanas ficaram preocupados com a ociosidade deste contingente, temendo assim revoltas e levantes contra o império e ou república. Sendo assim está minoria dominante procurou mecanismo para controlar o acesso da dessa maioria aos bancos escolares. Segundo Ana Rita Santiago, em seu artigo Lei 10.639/03: Por uma educação anti-racista e antidiscriminatória: “O Brasil-colônia, império e república teve historicamente, no aspecto legal, uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afro-descendente brasileira até hoje. […] O decreto nº. 7.031-A, de 6 de setembro de 1878, estabelecia que os negros só podiam estudar no período noturno e diversas e estratégias foram montadas no sentido de impedir o acesso pleno dessa população aos bancos escolares”. Ao longo dos anos, essa postura do estado culminou numa sociedade desigual, pois a igualdade social não era o tema mais importante para o poder público. Que tentava garantir que a “primeira abolição” não fosse satisfatória, fazendo com que o negro saísse da senzala e foi direto para a favela e ou para cela.  Dessa forma os negros já não mais escravizados continuariam exercendo serviços parecidos com os do século passado, continuando em sua maioria excluído dos ambientes acadêmicos. No início desta década os movimentos da sociedade civil organizada, continuaram lutando para garantir o acesso de estudantes negros (as) e afro-descendentes nas universidades. Tentando romper com essa barreira discriminatória e ciclo vicioso criado pelo estado, de manter este povo a margem da sociedade tendo a perspectiva de uma acessão social. Hoje depois de muitos entraves e debates, a política de cotas receasse danos quase que irreparáveis. A formação desses novos pensadores irá caracterizar a democratização do ensino e a imagem dessa camada nos livros didáticos, já que é na universidade que deve ser pensada e formada a estrutura da sociedade.Porém na sala de aula e nos livros didático está representação rotulada continua sendo reproduzida, perdendo a noção de como estás práticas são maléficas para alunos que ainda não tenha uma linha de vida traçada e programada. Desde o início da gestão deste governo que se comprometeu com os movimentos sociais, a lutar incessantemente pelo fim desta visão e práticas, foi aprovado mecanismos para coibir estas ações, pois no dia 09 de janeiro de 2003 foi aprovada e promulgada a lei Nº. 10.639/03, que garante o ensino da história da África, dos africanos no Brasil, e dos afros brasileiros em sala de aula.Poderia dizer-se então para nossos alunos que essa compreensão já havia sido feita com aprovação e que eles agora passariam a ser compreendidos dentro da história. Entretanto como quase todas as leis no Brasil, ela foi aprova e promulgada, apesar do estado não dá mecanismo para esta lei serem executada, pois não foi dirigido a nenhum instrumento do estado para que a mesma fosse implementada. Também não foi instituído quem capacitaria os professores, já que pouquíssimas instituições de ensino superior no país oferecem ensino de matérias africanas e dentre as que ensinam em sua maioria as matérias são optativas.A preocupação maior desta capacitação acontece pois, a visão que a maioria dos livros fazem da África é a retratação de um país e não de um continente, excluindo a história dos seus reinos e impérios soberanos. Outra variante ainda é o assunto do negro brasileiro, que é estereotipado construído pelas estruturas de poder a partir da idéia da: Escravidão, Abolição da Escravatura, e da representação em figuras com o perfil branco sendo negro, o tão conhecido “mulato” brasileiro, é por não ver o igual a ele que boa parte dos alunos desvirtuasse do objetivo acadêmico.Os avanços feitos pelo governo, não foram de tão ampla magnitude como nos precisamos, pois todos estes materiais que chegam aos nossos jovens precisam ser revisto e reelaborado para que realmente possamos ter o reconhecimento como protagonista da nossa própria história. Para que a sociedade brasileira não veja o negro como o beneficiado de ações filantrópicas, e que o dito futuro da nação comece realmente ver dentro de suas salas de aula a participação na formação do país. Estás medidas irão fazer com o povo passe a ver, o dia 20 de novembro e o 13 maio com outro olhar. Dias diferentes, porém ambos com lutas do povo negro, que tem o total direito de entrar para a história do jeito que merece ser vistos.Percebendo é claro, que maiores avanços deverão ser feito, para reparar todos estes danos causados por minoria que durante muito tempo tentou afastar essa imensa parcela da população do mérito quanto povo brasileiro, formador de opinião e tão brasileiro quanto qualquer outro.


Respostas

  1. Ari!!
    Seus textos estão ficando cada vez melhores, isso ai..caneta na mão e uma idéia na cabeça..rs
    Mas que “e ou” junto é este?
    Bjs
    🙂

  2. muito bom o seu texto!

    parabéns!

  3. gostaria de saber se há algum livro ou livros que fale sobre quando o negro começou a ter acesso ao ensino superior aqui no Brasil. Se tiver poderia me mandar às ferências desses livros por favor

  4. preciso fazer trabalho de TCC para terminar curso de historia, esse material vai me ajudar muito, gostaria de mais materiais ou indicaçao de livros que fale sobre a representação dos negros nos livros de historia do Brasil,

  5. Quero fazer uma monografia para a conclusao de uma pós-graduaçao, Historia e Cultura Afro-brasileira, gostaria de indicaçoes de livros sobre o tema: A representaçao do negro no livro didatico de historia.

  6. Oi,amei o seu comentário,quero teoricos ,livros que dispõe dessse matérial,pois estou fazendo a minha monografia nessa area(COMO É VISTO O NEGRO NOS LIVROS DIDÁTICOS)

  7. adorei mesmoo seu texto… tbm vou fazer um projeto na faculdade sobre o assunto..
    me mande tbm mais livros que posso analizar sobre esse assunto!!!

  8. Adorei a sua resenha crítica sobre o nosso povo negro,sofrido e discriminado.Pena que trabalhos realizados como esse não sejam divulgados nas escolas públicas e particulares.

  9. Concordo com as colocações aqui expostas e deve acrecentar que a forma de tornar o negro, participante da história nacional deve partir de cada docente que ministra aulas para estes alunos que vir o negro ser banido da literatura brasileira, ou só aparecendo com forma de discrimina-lo mais ainda..

  10. oi amei sua resenha, estou fazendo uma pesquisa sobre “a ausência do negro no livro didático” e essa resenha vai me ajudar bastante, se você estiver mais material que possa me ajudar por favor me envie.

  11. muito bom seu comentário, esclareceu algumas duvidas que estava me pertubando.


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